Quantas folhas do livro da vida
eu desfolhei ao acaso,
simplesmente por desfolhar.
Quantas páginas pela vida afora
eu dobrei, amarrotei e deixei no tempo,
num canto qualquer do tempo.
Quantos sonhos busquei numa página perdida,
jamais encontrei o caminho dos sonhos perdidos.
Quantas lembranças foram rasgadas,
picadas e deixadas de lado,
que não sei porque os deixei,
nem porque rasguei tantos sonhos.
Quantas saudades da casa onde nasci,
onde corri, onde brinquei,
mas ainda trago na alma as lágrimas,
por onde passei e chorei.
Quantos amigos já se foram pela estrada da vida,
sem dizer adeu, um até breve, talvez eu volte
num outro tempo, numa outra página da vida.
Quanta saudade daquele peito,
que me deu o leite gostoso, saboroso, delicioso,
que até babava quando mamava.
O soluço era a forma de dizer obrigado.
Quanta saudade daquele homem
de nome Castor, que ganhava o pão da vida,
só para me proporcionar a vida.
Quanta certeza tenho agora das outras vidas.
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