sexta-feira, 30 de março de 2012

Com os dedos cheio de amor

O Arquiteto do destino,
bem antes de partir rumo ao infinito
de onde governa o mundo,
com dedos cheios de amor,
Ele, desenhou as nossas montanhas,
e entregou ao paisagista de sua confiança,
o esboço do seu desenho,
para colorir de verde as nossas matas
e de azul anil o nosso céu, todo, todo,
bem diferentedos outros céus do Brasil.
Olhe que verde, olhe que céu, olhe que matas!...
Deus, criou as minas e as gerais...
Deus, criou Minas Gerais,
e projetou as pequenas estradas rumo ao Sertão
inundou de riquezas os nosso solo,
distribuiu em cada canto
o encanto do ouro branco, do ouro negro,
e nos presenteou de graça e feliz o São Francisco,
que nasce na Serra da Mantiqueira,
genuinamente brasileiro, esse dom de Deus e da natureza.
Estabeleceu graciosamente os costumes dos mineiros,
inseriu no nosso linguajar o UAI!...
reforçou as nossas tradições que correm
livremente nas nossas veia.
Deus, fez questão de nos negar o mar como limite,
só para não perdermos a nossa identidade,
ó de sermos  livres entre montanhas
e não ficarmos sonhando e namorando o horizonte.
Aqui nasci, aqui quero viver
e entre montanhas quero morrer, a bem da minha alma.
Sou mineiro UAI!...
Sou mineiro das gerais!...
Sou livre por natureza!...
Sou das Minas Gerais.

Cada dia...

Cada dia,
é uma conta do rosário que se finda,
neste torvelinho que se chama vida.
Cada dia,
o andarilho vai trocando de morada,
vai trocando de marquise,
vai trocando de calçada,
já trocou de banco lá da praça...
Cada dia,
vou desenhando a minha estrada.
Cada dia,
dou um passo rumo a eternidade.
Cada dia,
vejo que os animais são bem mais
sensíveis que os homens.
Os animais são destituídos da ambição,
da vaidade, da mágoa...
Cada dia,,
vou abastecendo a minha vida de esperança.
Cada dia,
vou buscando a felicidade na calçada da vida,
na esquina do tempo.
Cada dia,
fico aguardando as mãos de Deus, para plantar
no coração dos homens a sementinha do amor,
mas o Diabo, sempre chega primeiro
e planta a semente do rancor,
que germina facilmente, facilmente...

Não era um gênio

Minha mãe não era um gênio,
mas sabia amar como poucos
e não tinha a pretensão de ser canonizada,
ela queria apenas passar pela vida, mais nada!...
Minha mãe tinha a consciência de que foi Deus,
que a desenhou numa tarde qualquer,
na ofícina Universal, onde Ele, Deus,
forja e desenha as outras vidas,
vendo e namorando as estrelas por Ele, criadas.
Deuys, desenhou e forjou a minha mãe amada,
que repartia tudo comigo, sem reclamar da vida:
Dividia o pão que comia, dava água de beber
a quem tinha sede, amparo aos caídos...
Projetava os meus sonhos e conduzia os meus passos.
Deu-me a vida para que eu pudesse viver e sonhar...
Minha mãe entregou me uma bandeja cheia de sorrisos,
repleta de desejos para eu realizar...
Deu-me a alavanca.
Deu-me o vento.
Deu-me a vela.
Com a alavanca pude mover o destino.
Com o vento pude caminhar solto pela vida.
Ser livre.
Com a vela pude clarear o meu caminho.
Fugir das feras.
Minha mãe deu - me o útero, deu - me a vida.
Logo depois, Deus, jogou fora a prancheta,
o pincel e a caneta...
Deus, tudo fez para não repetir o mesmo desenho,
aquele que Ele, fez calmamente, ali no Universo.
O desenho da minha mãe amada...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Nas entranhas de Minas

Nasci entre as montanhas,
nas entranhas de Minas,
respirei profundamente o ar da minha terra,
onde cantam as juritís e os canários da terra...
Segui ouvindo histórias
dos meus antepassados,
que fortaleceram a minha caminhada.
Acentei um dia de cocoras na calçada,
assobiei,
dei risadas,
bebi garapa,
comi rapadura,chupei cana, sapoti, goiaba...
Andei de carro de boi,
empinei papagaio
e tive amigos que bandearam
bem mais cedo cá da terra,
não levaram malas a tira colo
tudo deixaram até a saudade...
Sou mineiro da gema, já perdi trem,
andei descalço,
pisei o chão molhado da minha terra,
andei pelas campinas,
respirei poeira  deste chão abençoado,
namorei as estrelas da minha terra
e deixei marcas nas paredes do tempo,
já chorei, mas não fui covarde,
pois acertei na loteria da vida,
quando Deus, me ofertou a passagem
para aportar por estas bandas de Minas Gerais.
Sou mineiro UAI!...

Tardes de domingo

As minhas tardes de domingo,
eram bem diferentes
das outras meninada,
eu corria, brincava... Eu sonhava!...
E já trazia bem guardada na alma,
a sementinha de poeta.
Até que um dia, Deus, apontou para mim,
os seus dedos cheios de amor,
e disse baixinho, quase sussurando:
Volte depressa! Volte depressa!...
Que vou abrir as portas do céu para você voltar.
Então, Deus, fez abrir as portas do céu, eu desci,
e aquela sementinho que estava
adormecida e bem guardada na minha alma,
germinou mais que depressa,
e nasceu por estas bandas cá da terra mais um poeta.
Isto foi numa tarde de domingo,
bem diferente das outras tardes da meninada.
Por isso sou poeta, ainda agora.
Obrigado, Deus!...
Obrigado por aquela tarde de domingo,
quando sussuraste nos meus ouvidos.
Volte!... Volte!... Vá ser poeta lá na terra.
Eu volte!... Eu voltei!...

Minha velha casa - Minha casa velha

Não importa que a tenham demolido,
o que realmente importa
é que continuo morando naquela Casa Velha.
Os sonhos fazem parte da minha vida,
eu não esqueci jamais um só dos meus sonhos,
mesmo passando tanto anos, pois foi lá onde nasci,
onde construi meus sonhos, vendo o mundo avtrés
de uma fresta na janela, que eu fizera um dia.
O pranto contido nos meus olhos, não é o mesmo
pranto que trago na alma, este é todo bordado
de sonhos e de saudades da minha Velha Casa:
"De cada palmo que percorri um dia,
de cada canto que visitei na vida,
de cada prego carcomido pelo tempo,
de cada táboa solta no assoalho
que rangia quando eu passava,
feliz como ninguém que por ali passava,
eu apenas pensava que tudo era eterno".
Hoje o que me resta são lembranças do passado,
um punhado de lembranças guardadas na alma.
que saudade do quintal da Velha Casa,
e das árvores que pareciam desafiar o tempo,
aquelas que tragho na memória,
mas o machado impiedoso e sem clemência,
foi cortando uma a uma as minhas árvores.
Antes eu era um menino cheio de sonhos e fantasias.
Agora sou um velho que vai caminhando
pela vida afora contando em versos
o que ficou guardado na alma,
as coisas da minha Velha Casa,
a que demoliram um dia.
Covardemente demoliram.

Não sou por demais ambicioso

Não quero o meu nome
numa placa qualquer de rua,
nem tão pouco um obélisco
em minha homenagem,
num canto qualquer de uma Praça Pública,
todo apedrejado, rabiscado,
abandonado no tempo.
Não quero essas coisas passageiras,
só pra dizer que passei por aqui um dia,
simplesmente por deixar
as minhas marcas no tempo,
mas quero ser lembrado
como construtor de sonhos,
como semeador de ideal,
como arquiteto do destino,
como plantador de ilusões...
Confesso que gostaria de voltar,
bem depois que for embora,
quero voltar como as flores que voltam
a cada primavera
perfumando o ar que respiras,
ou como o orvalho que beija o teu rosto
por mim nas madrugadas.
Quero um sorriso leal, amigo no seu rosto,
bem antes de ir embora rumo ao infinito,
morada e descanso deste guerreiro,
que vai cumprindo o seu destino
escrevendo a sua história,
conforme o que está no livro da vida.

quarta-feira, 28 de março de 2012

eu pensava

Eu pensei que pudesse esquecer
a estrada que percorri um dia,
a estrada que a máquina do tempo
deixou marcas profundas de saudades,
todas guardadas na minha alma,
pois nem o tempo foi capaz de apagar
do meu coração,
as curvas do meu caminho.
O trajeto que percorri um dia.
O trajeto que fascinou a minha alma,
no doce embalo da vida.
O tempo até tentou encobrir as lágrimas
que de gota em gota foi molhando
o chão da minha estrada.
Eu pensei que pudesse esquecer
aquele sorriso.
Eu pensei que pudesse esquecer
aquele lenço
que ficou acenando quando fui embora.
Eu pensei que pudesse esquecer
aquele abraço.
Eu pensei que pudesse esquecer
a minha história,
mas tudo está gravado na minha alma,
no doce embalo da vida.
Minha vida.

quarta-feira, 14 de março de 2012

As reminiscências

 A minha viola se perdeu no tempo,
simplesmente foi jogada a um canto,
sem qualquer encanto se perdeu na
estrada que de tristeza derramei meu
pranto. Ás vezes a saudade machuca
o meu peito ferindo profundamente a
minha alma, já cambalida de tristeza
nesta longa estrada. Ás vezes tentei
voltar no tempo, ser menino como
fui um dia, mas fui atropelado pelo
destino, que levou meus amigos de
infância, bem mais cedo para a eternidade,
tanto é que meu coração vai trepidando por
quase nada nesta longa estrada da vida,
que até o meu velho coração já não bate,
só apanha por onde passa.

Aguenta coração travesso
que devariguinho vou escrevendo minha história,
páginas memoráveis da minha vida...
Continua coração o seu trajeto...

Continua  coração a bater em vida!