sexta-feira, 30 de março de 2012

Não era um gênio

Minha mãe não era um gênio,
mas sabia amar como poucos
e não tinha a pretensão de ser canonizada,
ela queria apenas passar pela vida, mais nada!...
Minha mãe tinha a consciência de que foi Deus,
que a desenhou numa tarde qualquer,
na ofícina Universal, onde Ele, Deus,
forja e desenha as outras vidas,
vendo e namorando as estrelas por Ele, criadas.
Deuys, desenhou e forjou a minha mãe amada,
que repartia tudo comigo, sem reclamar da vida:
Dividia o pão que comia, dava água de beber
a quem tinha sede, amparo aos caídos...
Projetava os meus sonhos e conduzia os meus passos.
Deu-me a vida para que eu pudesse viver e sonhar...
Minha mãe entregou me uma bandeja cheia de sorrisos,
repleta de desejos para eu realizar...
Deu-me a alavanca.
Deu-me o vento.
Deu-me a vela.
Com a alavanca pude mover o destino.
Com o vento pude caminhar solto pela vida.
Ser livre.
Com a vela pude clarear o meu caminho.
Fugir das feras.
Minha mãe deu - me o útero, deu - me a vida.
Logo depois, Deus, jogou fora a prancheta,
o pincel e a caneta...
Deus, tudo fez para não repetir o mesmo desenho,
aquele que Ele, fez calmamente, ali no Universo.
O desenho da minha mãe amada...

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