quarta-feira, 25 de abril de 2012

A poesia da vida

Eu não escolhi a poesia,
tão somente para o meu deleite,
mas com certeza foi Deus,
quem me escolheu dentre tantos
para ser poeta cá por essas bandas da terra.
O que seria da minha vida,
sem o encanto e a beleza da poesia?
Por tanto tenho compromisso com a vida,
ser um semeador de versos,
por onde vou passando na magia da vida.
Eu não escolhi a poesia ao acaso,
ela chegou sem bater as portas do meu coração,
aqui arranchou e fez morada,
e não quer sair por nada,
por tanto eu sou feliz de ser poeta nessa
encarnação.
Repita essa dose senhor, para onde me mandares
numa outra vida.
Eu gostei de ser poeta nessa vida.
Agora!...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tantas belezas

Quem planta o rancor,
semeia a amargura no coração,
fica esperando brotar as mágoas
semeadas no coração
e não encontra tempo
para conjugar o verbo amar,
nem tão pouco tempo tem para amar.
Quem pela vida passa contando as estrelas,
corre o risco de tropeçar nas pedras do caminho,
por não enxergar as mãos de Deus,
desenhando a vida, colorindo os sonhos
e distribuindo gratuitamente tantas belezas
cá por estas bandas da terra.
Quem assim vive não vê a terra,
somente vê as estrelas!...
Quem não tem o hábito de sorrir
adquire o costume de cultivar e guardar
as rugas no rosto e na alma.
Quem semeia mágoas colhe um vendaval
de granizos para sufocar o coração.
Quem cria cascavel, corre o risco
de morrer envenenado.

Não ande a esmo

Qualquer sonho tem o seu preço.
Qualquer caminhada tem o seu tropeço.
Lute bravamente pelo ideal,
por certo vai valer a pena,
se fizeres como o João de barro
que canta quando trabalha,
que canta no findar da tarde
no labor da vida.
Não derrame as lágrimas por uma querela,
por pouca coisa, por quase nada,
deixe as lágrimas nas nascentes dos olhos,
acomodadas, adormecidas...
Não faça da vida um rio de lágrimas,
de cascatas, de cachoeiras, de corredeiras...
Não ande a esmo pela vida afora,
deixe o seu coração nortear a sua vida
pelos mares da vida.
Não esmoreça no primeiro embate,
na primeira queda, na primeira guerra.
Os fortes morrem em combate,
sempre lutando até o derradeiro instante,
cumprindo o que está escrito
no livro da vida.
Não faça parte nem promova a guerra,
seja um bravo soldado da paz,
e ame até as pedras do caminho
sempre juntando uma a uma,
que um dia elas vão servir
de alicerce ou de calçamento do seu destino.

Lousa fria

Lousa, lousa fria,
por certo me cobrirás um dia,
assim como cobriste tantos outros
que por aqui passaram,
e cobrirás outros tantos
no trancorrer da vida,
os que pela vida vão passando.
Bem sei oh! lousa fria
que vais cobrir o meu corpo um dia,
justamente quando eu for embora
para a eternidade.
Eu sei oh! lousa fria,
que ficarás bem ali, inerte, rígida,
muda até o consumar dos tempo,
abrigando, guardando, protegendo
os restos mortais do que fui um dia,
agora totalmente abandonado
esquecido lá na campa fria
onde me encontro aguardando o juizo final.
Restará apenas uma lápide rasteira,
simplesmente jogada ao chão,
com os seguintes dizeres:
Äqui jaz o Zé Maria".
Restará aos transeuntes uma pergunta?
Quem foi o Zé Maria!...

Como um trovador

Eu amava como um menestrel.
Eu amava como poucos então amavam.
Eu amava a minha história
que até coloria cada página
do livro que escrevia,
ou então bordava cada trecho
da enciclópedia da minha vida.
Mas o tempo inclemente foi apagando
o meu sorriso,
que foi desbotando as minhas fantasias,
às vezes desfolhando lentamente
as páginas da minha vida
e lançando ao vento os meus sonhos,
restos que me restam no calendário da vida.
O tempo foi amarrotando o meu passado,
às vezes desfazendo pouco a pouco
a minha história.
Eu amava cada pedra abandonada do caminho,
pois com elas eu calcei o meu destino.
Eu amava cada trecho da estrada,
cada curva, cada estrela do céu
da minha vida, por ora abandonadas.
Eu amava mas não chorava.
Jamais chorava... Jamais.

Fui peladeiro no jogo da vida

Caminhei de encontro ao vento,
livre, leve, solto...
Caminhei a passos largos,
à altura dos meus desafios,
os que me propos a vida.
Segui sem temer o vendaval do tempo,
sem correr o risco de ficar pelos caminhos.
Fui menino levado, travesso...
Escrevi a minha própria história
através do tempo.
Caminhei de olhos turgídos porém abertos...
Caminhei alegre, feliz, contente...
Quebrei vidraças com estilingue,
chutei bolas nas traves,
derramei suor pelas estradas,
mas terminei o jogo empatado
e não perdi sequer um lance no jogo da vida.
Não fui um especto de homem,
pois amei, lutei, venci...
Não passei simplesmente pela vida,
mas quero sair aplaudido no terceiro tempo,
da arquibancada quero assistir meu filme
em preto e branco,
sendo colorido pelo pintor da vida, Deus.
Que belo filme eu vi lá da arquibancada,
que até a emoção tomou conta
deste menino travesso, ainda menino!...
Dentro do peito.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Quantos já se foram

Quantas folhas do livro da vida
eu desfolhei ao acaso,
simplesmente por desfolhar.
Quantas páginas pela vida afora
eu dobrei, amarrotei e deixei no tempo,
num canto qualquer do tempo.
Quantos sonhos busquei numa página perdida,
jamais encontrei o caminho dos sonhos perdidos.
Quantas lembranças foram rasgadas,
picadas e deixadas de lado,
que não sei porque os deixei,
nem porque rasguei tantos sonhos.
Quantas saudades da casa onde nasci,
onde corri, onde brinquei,
mas ainda trago na alma as lágrimas,
por onde passei e chorei.
Quantos amigos já se foram pela estrada da vida,
sem dizer adeu, um até breve, talvez eu volte
num outro tempo, numa outra página da vida.
Quanta saudade daquele peito,
que me deu o leite gostoso, saboroso, delicioso,
que até babava quando mamava.
O soluço era a forma de dizer obrigado.
Quanta saudade daquele homem
de nome Castor, que ganhava o pão da vida,
só para me proporcionar a vida.
Quanta certeza tenho agora das outras vidas.

O maior

A minha maior inimiga
sinceramente é a morte.
O meu maior parceiro,
é o meu ideal.
O meu maior amigo,
são os meus sonhos,
os que trago na alma.
O meu maior entrave,
é o tempo, meu inimigo atroz.
O meu maior desejo,
saber driblar a emoção.
O meu maior companheiro,
é a minha consciência.
A minha maior expectativa
é rir dos avarentos
que vão deixando tudo parqa trás
e vão chorando por não levar nada, nada
para a eternidade.
O meu maior prazer,
é cumprir o meu destino
com arte e sabedoria.
O meu maior refúgio,
é estar bem distante dos soberbos,
bem distante mesmo.
O meu maior desafio,
é viver sem fronteiras...
O meu maior momento,
é ler a assinatura de Deus,
no meu termo final da vida,
Zé Maria, você cumpriu
fielmente o seu destino.
Siga em frente!...

Uma lágrima

Ponha um sorriso no rosto,
coloque uma moldura na face,
pinte os cabelos, retoque a alma
e faça uma caminhada pela vida
usando e abusando da generosidade,
coloque em tudo uma pitada de amor,
na dose certa que exige a vida.
Veja quantos pela vida passam
neste corre - corre infernal,
sempre amargurados sofridos, perdidos,
nesta camiunhada louca pela vida afora.
Aprenda a estender as mãos para conter
uma lágrima bem antes de transbordar dos olhos
e molhar a face, molhar o rosto.
Faça como o bem - ti - vi,
cante alto, mas cante aos quatro cantos,
depois sorria como uma criança,
igualzinho daquele porta retrato,
sorriso antigo a minha frente.

Eu queria pular

Hoje, quero sorrir, correr,
brincar, cantar, pular...

Quero namorar a lua, flertar com as estrelas,
brincar de carrinho, de esconde - esconde.

Quero andar descalço pelas ruas
de camiseta e calção surrado,
desenhando a vida, pintando os sonhos.

Quero voltar no tempo, empinar papagaios,
brincar de amarelinho, de pega - pega,
de ladrão e mocinho,
essas coisas de criança que só vive o hoje.

Hoje não vou a escola, vou matar aula,
vou brincar na areia,
vou fazer carrinho de sabugo e brincar na rua.

Hoje é o meu dia, vou ser menino o dia inteiro,
vou atravessar o ribeirão da várzea,
desafiar a vida com um sorriso.
Amanhã é outro dia

Verás que a vida

Se me buscares em qualquer canto,
por certo me encontrarás numa mesa de bar
ou num canto qualquer da vida.
Sempre tentando trazer de volta as lembranças,
todas perdidas no tempo,
essas coisas que o tempo inclemente
foi levando em derrocada todo o meu passado.
Verás que a vida é passageira
que até a cor dos teus olhos sem demora,
foi embora na voragem do tempo.
Foi apagando o brilho, o encanto, a vida...

Se me encontrares perdido no mar da vida,
de leme partido, sem rumo, sem leme
como um barco a deriva,
quase a pique nesse jogo alucinante da vida,
sem dúvida entenderás melhor a vida.
Verás que vou nadando contra a correnteza,
só para encontrar o teu sorriso,
nete mar da vida ou em qualque porto
por onde passares.
O certo é que a gente se encontra,
a qualquer dia, a qualquer momento
neste mar da vida.

Ver, falar, ouvir...

O bem mais precioso, é o presente outorgado por Deus,
aos mortais, sem dúvida é a vida.
A maior riqueza, é ser livre e jamais ter sido escravo até
mesmo nas outras vidas.
A maior virtude do ser humano é ser honesto, o que não
deveria ser uma virtude, mas um dever de todos...
A maior glória é ver, falar, ouvir, caminhar livremente pelos
caminhos da vida. Ser livre.
O maior prazer, namorar as estrelas pisando o chão e
amassando o barro de pés descalços.
A maior felicidade, transformar um sonho em realidade.
O que mais quero, é encontrar um sorriso escondido num
rosto sofrido, magoado...
O  que tanto busco, é o reconhecimento do dever cumprido,
não quero aplausos nem tapinhas as costas.
O que mais desejo, voltar no tempo e ser novamente uma
criança para repetir a minha história, a que vou escrevendo
ainda agora.
A maior façanha, ser malabarista na terra descoberta por Cabral.
A maior ilusão, querer concertar o mundo.
O maior desafio, ser desprendido da víl moeda.
Um fato consumado, saber que tudo finda.
O que realmente quero, é ter você do meu lado, jogando no
meu time e fazendo gols na vida.
Um dia especial, quando viajei pelo Universo e vim morar
aqui na terra.
Uma grata surpreza, estar por estas bandas da terra e estar
participando ativamente no jogo da vida.
Uma utópia, voar pelo céu azul, mesmo que leve uma esternidade,
mas vou fazer o vôo da esperança, nem que seja por um segundo
apenas, mas que seja.

Baú de recordações

Quantas lembranças, quantas saudades da minha infância.
Quantas lembranças da minha Terra - Perdões.
Quantas saudades trago na alma.
Quantos amores platônicos povoaram a minha alma.
Quem não tem lembranças já nasceu morto.
Hoje despertei cedinho de olhos bem arregalados, vendo na tela da vida o meu passado,
todo colorido como se filme fosse, passando ligeiro a minha frente, sempre trazendo de
volta fatos adormecidos, guardados na minha alma de quando eu era criança, de quando
corria, chorava, sorria, brincava... Lembrando o passado, pois a felicidade mora do meu
lado e domina o meu coração a minha emoção, foi quando escutei ao longe a voz da minha
mãe, que me gritava, que me chamava pelo nome: Vem cá meu filho!... Vem cá!... Vem cá!...
Vejam só quantas saudades, quantas lembranças, tive agora trazidas na voragem  do tempo.
Tempo covarde que não volta jamais. Tirei do baú das lembranças um tanto de recordações:
"Vi as panelas de barro no fogão de lenha, a água fervendo no bule para o café da manhã ,
o pão de quiejo, a broa de fubá, o torresmo quentinho, a linguiça defumando lentamente
no cantinho do fogão, a carne salgada secando no varal da minha velha casa, o balaio cheio
de cinza para destilar e produzir a diquada, para cozinhar os restos do bai naquele panelão
de ferro para fazer o sabão de bola, foi quando vi meu pai saindo apessado para vencer mais
uma batalha na vida.Vi o quintalda minha velha casa todo abandonado, vi a bicicleta do
Pedro da Tia Bia, o caminhãozinho de lata, vi a bola do Zé Miguel, ouvi as mentiras do
 Jeovane, as brigas homéricas com o Haroldo
Fernandes, eu me lembro como se fosse agora, lembro do doce de goiaba da Tia Ica, do
bambu zal do Pai Chiquinho, das professoras que escreveram a minha história, a Rua das Pedras,
a Praça da Estação, o beco do Turibinho, o Nicola, as minhas andanças no fubá, as férias em
Carmo da Cachoeira, as idas e vindas para o Gammon em Lavras, como e quanto eu era feliz e não
sabia. Que doce infância, que saudosa a dolescência. Mas o gostoso mesmo era quando brincava
feliz na Rua da Várzea e tinha sempre um estilingue a tira colo para o que desse e viesse. Quantos
passarinhos eu tifrei a vida. Hoje eu não queria perder um só lance da minha vida, queria, só queria
mesmo era ser amigo do tempo. Eu pergunto ainda agora, porque Senhor, tanta saudade armazenada
na minha alma? Que fiz Senhor, para merecer essa doença crônica que se chama saudade, que pouco
a pouco a minha alma invade, matando o sonhador nos caminhos da vida.
Eta saudade danada!... Eta infância querida!...

vi o velocipede do Ansio', a

Tudo, tudo..

Tudo é registrado na memória do tempo,
um teu sorriso, um teu olhar...
Sorria enquanto a vida é bela
e deixe as lágrimas pra depois, bem depois...
Tudo é pintado nas estrelas,
pois Deus, usou e abusou
do colorido dos teus olhos,
como base do teu trabalho,
colorindo as estrelas com a tinta que Ele,
usou para colorir os teus olhos,
mas caprichou bem mais em "Você".
Tudo é fantástico na natureza,
desde o canto do Bem-ti-vi,
as labutas do João de barro,
até as arruaças dos pardais
ao canto das juritís...
Tudo me fascina, tudo é fantástico...
Tudo é maravilhoso no universo,
mas apenas serve para ser visto
com os olhos da alma,
mas fascinante mesmo é cá na terra,
onde caminho na relva molhada,
seguindo rumo ao sertão,
amassando o barro,
vendo ao longo do caminho
as cruzes rumo ao sertão,
e os ipés floridos onde cantam as juritís...
Vou trabalhando o meu destino,
lapidando a minha alma...
Tudo me faz crer na universalidade da alma.
Eu voltei.

Semeei saudades

Quantas lembranças me prende ao passado.
Quanta saudade trago do lado esquerdo do peito.
Quantos sonhos foram perdidos ao longo da vida.
Quantos Km já percorri nesta estrada,
estrada longa da vida...
Quantas lágrimas foram derramadas.
Quanta tristeza foram guardadas,
deixadas de lado.
Quantas dores na corrida do tempo.
Quantos dias ainda me restam.
Quantos restos de dias...
Quantos restos me restam..
Quantas quedas levei pela vida afora,
somente quedas, jamais fui vencido.
Quantas batalhas tive na rinha da vida.
Quantos amores, quantos amores...,
mas somente um ainda trago comigo,
bem guardado na alma, a minha mãe amada,
a minha mãe querida que me deu a vida,
jamais esquecida.

O que perdi

O que perdi foi quase tudo,
foi um monte de saudades deixadas no tempo.
O que ficou foi apenas migalhas,
nada mais que migalhas de saudades,
uns restos guardados na alma.
A saudade eu senti quando Ela foi embora,
a minha mãe amada, ficando restos de lembranças,
lembranças bem guardadas,
mas não perdi jamais a memória da minha história.
O meu sorriso não é o mesmo de outrora,
pois as rugas invadiram o meu rosto já cansado.
Os meus sonhos se perderam na estrada do tempo,
ficando todos na esquina da vida jogados a um canto.
O meu passado até virou história,
se bem contada vira um livro de memória.
O amanhã  talvez virá, mas que seja longo,
que não seja breve como foi o ontem,
que seja cheio de lembranças, as que vivi outrora,
as que trago comigo ainda agora.
O meu desejo é voltar no tempo
e viver intensamente o meu passado.
A minha esperança é ter a minha mãe sorrindo
do meu lado, costurando as roupas surradas,
rasgadas do tempo quando era uma criança...
O maior sonho é viajar num cometa todo azul,
contando as estrela, as que imaginava
quando era criança, feliz, sorridente, sonhadora...
Que fantástico seria viajar no Universo!...
Que fantástico seria voltar no tempo!...
O meu maior projeto de vida seria mudar o mundo lá fora,
mas é bem mais fácil fazer uma gurra,
do que organizar uma passeata pela paz.
É bem mais fácil jogar uma pedra,
que plantar uma rosa.

Meu celular

Hoje eu queria falar com Deus,
que até deixei um recado,
para que Ele, Deus,
ligasse pro meu celular,
que estava sempre guardado
no meu coração,
que ali colocado não haveria
como não escutar o seu chamado,
mas o meu celular chamou, chamou,
que o meu coração até trepidava,
mas eu estava entretido
com as coisas da vida e não percebi
que o celular chamava, chamava...
Quando eu dei conta do fato,
fui correndo afoito atender
quem me chamava,
e lá estava registrado:
"Mensagem não atendida",
com certeza era Deus,
quem havia ligado pro meu celular.
Espero que Ele, volte a conectar comigo
a qualquer dia da vida.
Não faça como eu, atenda rapidamente
todas as ligações feitas ao seu coração.
Talvez seja Deus!...

sábado, 14 de abril de 2012

Ao relento

Hoje eu queria caminhar ao relento,
namorando as estrelas e flertando com a lua.
Queria parar na esquina e pegar o tempo
que vai passando, que vai correndo...
Queria assentar na calçada e brincar com a vida,
sorrindo em gargalhadas.
queria correr contra o vento,
amassar o barro, brincar na rua,
nadar nos riachos e empinar papagaios.

Queria concertar o passado,
colorir o futuro e pendurar o presente
na parede do meu quarto.
Queria passear pelas ruas de carro de boi,
cavalgar no dorso do períquito,
cavalo da minha história.
Queria sonhar de olhos abertos para o mar.
Queria ter uma gaiola de bem-ti-vi,
pendurada na janela da minha casa.
Queria ter a imaginação fantasiosa
das crianças quando brincavam.
Queria ter asas e voar por entre as estrelas,
conhecendo os misterios das nuvens passageiras.
Queria ser o Cavaleiro Negro, o Fantasma,
o Rock Lane, todos heróis da minha infância.
Queria correr afoito pela vida
e pegar uma das pernas do meu pai,
para continuar a sua história.
Que bela história!...
Queria!... Só queria!...

Ver, falar, ouvir

O bem mais precioso, é o presente outorgado
por Deus, aos mortais, sem dúvida é a vida.
A maior riqueza, é ser livre e jamais ter sido escravo,
até mesmo nas outras vidas.
A maior virtude o ser humano é ser honesto,
que não deveria ser uma virtude, mas um dever de todos...
A maior glória é ver, falar, ouvir, caminhar livremente
pelos caminhos da vida. Ser livre.
O maior prazer, namorar as estrelas pisando o chão
e amassando o barro de pés descalços.
A maior felicidade, transformar um sonho em realidade.
O que mais quero, é encontrar um sorrriso escondido
num rosto sofrido, magoado...
O que tanto busco, é o reconhecimento do dever cumprido,
não quero aplausos nem tapinhas as costas.
O que mais desejo, voltar no tempo

O que perdi

O que perdi foi quase tudo,
foi um monte de saudades deixadas no tempo.
O que ficou foi apenas migalhas
nada mais que migalhas de saudades,
uns restos guardados na alma.
A saudade eu senti quando ela foi embora,
a minha mãe amada, ficando restos de lembranças,
lembranças bem guardadas,
mas não perdi jamais a memória da minha história.
O meu sorriso nào é o mesmo de outrora,
pois as rugas invadiram o meu rosto já cansado.
Os meus sonhos se perderam na estrada do tempo,
ficando todos nas esquinas da vida, jogados a um canto.
O meu passado até virou história,
se bem contada vira um livro de memórias.
O amanhã talvés virá, mas que seja longo,
que não seja breve como foi o ontem,
que seja cheio de lembranças, as que vivi outrora,
as que trago comigo ainda agora.
O meu desejo é voltar no tempo
e viver intensamente o meu passado.
A minha esperança é teer a minha mãe sorrindo
do meu lado, costurando as roupas surradas,
rasgadas do tempo quando era uma criança...
O maior sonho é viajar num cometa todo azul,
contando as estrelas, as que imaginava
quando era criança, feliz, sorridente, sonhadora...
Que fantástico seria viajar pelo Universo!...
Que fantástico seria voltar no tempo!...
O meu maior projeto de vida seria mudar o mundo lá fora,
mas é bem mais fácil fazer uma guerra,
do que organizar uma passeata pela paz.
É bem mais fácil jogar uma pedra,
que plantar uma rosa.

Que fazer

Faço parte deste circo chamado Brasil.
Aqui os palhaços deste circo,
são como marionetes nas mãos dos políticos,
que usam e abusam do poder,
da maneira que lhes convém
do jeitinho brasileiro
manipulando o povo, roubando a nação.
Neste país o povo vive acomodado,
sempre mendigando um prato de sopa,
uma bolsa família,
um pão adormecido,
um salário desemprego.
Neste grande picadeiro da vida,
neste circo chamado Brasil:
Falt os caras pintadas,
falta a vergonha na cara,
falta o pão na mesa,
falta cultura, saúde, respeito...
Sobra dinheiro pra festa do poste,
sobra os buracos nas ruas,
aumenta o caso de dengue,
os bancos explodem
mas a festa continua.
Cá entre nós:
Já roubaram os cravos de Cristo,
os chinelos de Gandhi
o ideal de Tiradentes
e a poesia da vida.
Viva o nível cultural do povo.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Qual a prioridade

Eu tenho um punhado de sonhos,
todos bem guardados na gaveta da alma.
Cada dia vou abrindo as gavetas do tempo,
para ver qual a prioridade daquele dia,
quais são os sonhos de agora
e quais são os sonhos de amanhã,
e quais os que vão continuar guardados,
totalmente guardados, jamais esquecidos
ou perdidos no tempo,
mas são sonhos que trago comigo,
que vão emergir do recondito da alma,
no momento certo, na hora certa,
de um tempo certo de abrir a alma...
Por se tratar de um sonho todo especial,
na magia do nosso encontro,
nas esquinas da vida ou nas alamedas do destino,
quando vou deixar fluir da alma,
a beleza dos meus sonhos,
os que trago guardados no cantinho da alma,
onde você faz parte deste sonho,
a epopéia magistral da minha vida,
o nosso encontro nas esquinas da vida,
escrevendo, pintando, colorino os nossos sonhos.

A constituição da esperança

Art. !   Fica determinado que o sol brilhe intensamente a cada manhã
levando os viandantes desta vida ao seu destino.

Art.  2   Fica aprovado que todos os andarilhos da terra tenham a sua
própria casa e que os bancos das praças onde viveram, sejam apenas
para o deleite e o prazer dos sus olhos e das suas almas.

Art.  3  Fica estabelecido que o homens e  mulheres, somente morram
depois de envelhecidos e que as crianças sejam beneficiadas por este
decrto lei.

Paragráfo único: que a morte chegue sem jamais roubar a saúde, para
que todos morram sorrindo.

Art.  4  fica confirmado que o céun seja infinitamente azul, até nos dias
de chuva e que desapareça o cinza das nossas vidas.

Paragrafó único: que uma nova estrela apareça a cada dia por estas
bandas cá da terra representando os que foram embora desta vida.

Art.  5  fica discutido e sacramentado que o perfume das flores e dos
frutos invadam por completo a natureza, perfumando os que pela vida
passam.

Art.  6  Fica discutido e pactuado que o sol de cada manhã aqueca a
todos por igual e por inteiro, que todos tenham agasalhos para cobrir
o corpo nas noite frias de inverno.

Paragráfos único: que não haja frio, mas que haja  calor humano em
todos os quadrantes da terra.

Art.  7  Fica registrado que a fome seja banida da face da terra, que
até 0s cachorros abandonados sejam agraciados em lei, com direito
a um pedaço de pão adormecido.

Art.  8  Fica pactuado que as guerras sejam coisas do passado, somente
contadas em livros de histórias, para que conheçam as atrocidades de
uma guerra, esta peleja imbecil entre os homens.

Art.  9 Fica promulgado que a cegueira dos homens sejam coisas do
passado, pois o médico do Universo, Deus, vai curar a todos para que
vejam além de um palmo do nariz.

Art. 10  Fica confirmado que o sono traga descanso ao corpo, para que
cada um continue a sua história, muitas vezes deixada a um canto da
vida.

Paragráfo único: que o amanhã seja um presente de Deus, a todos que
pela vida passam na construção do seu tempo.

Esta Constituição entra em vigor no ato da sua promulgação. 

Escuta o meu clamor

Senhor!... Senhor!...
Escuta o meu clamor!
Escuta o meu bado!...
Escuta o meu grito,
que debalde corre aflito
lá pras bandas do infinito...
Não deixe, Senhor,
que jamais morra em mim
o encanto da poesia.
Derrama, Senhor!... Derrama,
na minha alma um cântaro só de sabedória
e um tanto de poesia...
Derrama, Senhor!... Derrama,
nesta caminhada fantástica que ora faço,
escrevendo os meus versos, para serem
semeados em cada canto por onde passo...
Derrama, Senhor!...
Derrama por favor na minha alma,
o que deveria estar escrito somente nas estrelas,
em letras garrafais, bordadas de ouro
aí no infinito.
Derrama!... Senhor!... Derrama...
Um cântaro só de poesias...

Do Calvário a Galitéia

Podes partir ainda agora,
que longa é a estrada do Calvário a Galiléia.
Podes partir ainda agoa,
que o ar que respiras é o mesmo
que respirei ainda agora.
Quando partires
leve um pouco de lembranças,
mas deixe de presente um tanto de saudades,
e de quebra, deixe um punhado de encanto,
em cada canto que passares.
Quando voltares,
verás o qunto a saudade mata.
Verás por certo um mercador ambulante,
que vai rifando o coração
a quem dá mais, muito mais
por um coração doente.
Rifo tudo que deixares a um canto do passado.
Rifo tudo, rifo a dor que no meu peito fez morada.
Só não rifo a saudade.
Ela tem um nome. Você

Só depois

Quero partir de manhã cedinho,
sem levar sequer uma sacola as costas,
muito menos um resto de saudades,
tão pouco vou levar uns sonhos
armazenados na alma,
para quando eu for para a eternidade...
rumo ao infinito...
Mas quero se possível,
levar a tira colo as minhas poesias,
aquelas que escrevi aqui um dia...
Quero deixar a um canto do armário
ou na estante da vida, resto de poesias
alimentando as traças do tempo,
que sem dó e sem clemência,
vão devorando os meus versos,
fazendo picadino dos meus livros.
Só depois, bem depois, bem mais tarde
é que vou voltar para recomeçar
tudo de novo, onde me descobri poeta,
quando vou trazer de volta as poesias,
aquelas que preparei pra você,
lá do outro lado da vida,
as que ficaram em aberto nas páginas do tempo.
Eu prometo trazer de volta as poesias.
Pode passar uma eternidade lá do outro lado da vida.
Mas vou trazer um dia as minhas poesias.
Eu creio!...

O! vento,

O som longinquo que ora ouço,
vai se aproximando passo a passo,
que aé conheço as cantigas
trazidas pelo vento.

Porque oh! vento
me trazes tantas lembranças,
as que pareciam perdidas
ou mortas no tempo.

Deixa, deixa eu cá no meu canto.
Deixa, findar as lágrimas
que dos meus olhos vão brotando
e vão molhando o meu rosto
já cansado de chorar...

Apaga oh! vento...
Apaga do meu peito essa saudade
vinda de tão longe,
sempre a ferir a quem de ti reclama tanto.
Apaga, apaga oh! vento...
Eu quero é viver
e não morrer de audades...

Jogo da vida

Faço parte deste jogo da vida,
onde os sonhos de mim fazem parte,
são sonhos que ninguém rouba,
são sonhos que ninguém tira.
A história que ora escrevo,
levei tempo juntando fatos na alma,
levei tempo guardando história,
levei tempo escrevendo a minha própria história.
A saudade jamais mudou de lado.
As lembranças me acompanham como alma gêmea,
por onde quer que eu ande,
por onde quer que eu passe,
nesta trajetória fantástica da vida,
presente de Deus, minha vida.
As quedas que levei pela vida afora,
domaram os meus impetos,
tanto é que sou mais tranquilo com relação a morte.
Cada dia dou mais um passo
rumo a eternidade, o infinito.
Hoje acredito mais e mais na transformação do homem,
principalmente quando ele acredita no livre arbítrio
e nas outras vidas.
Precisa mais!...

Continuamos

Ainda agora, neste momento os nssos hérois,
continuam esquecidos, abandonados só lembrabos
no dia do velório ou na missa de sétimo dia.
Vejo neste instante os bandidos foragídos
da jstiça sendo procurados de mentirinha.
Vi na calada da noite os covardes, desertando
e gritando, salve-se quem puder.
Ainda neste momento, vi os idealistas abandonados
nas calçadas, expostos, esperando as baionetas dos tiranos,
lá nas calçadas onde caminhei um dia nas madrugadas.
Hoje eu queria voltar no tempo dos laços de fitas,
dos vestidos de chitas, vestidos coloridos...
Queria voltar no tempo dos amores escondidos,
das donzelas do meu tempo, na janela do passado.
Queria descobrir sozinho uma mina de brinquedos
lá no quintal da minha casa.
Seria a maior riqueza que alguém já escondeu,
lá pras bandas da minha terra.
Queria ser o premiado nesta vida, ter de volta
os papagaios coloridos, as bolas de meia,
quatro tijolos quebrados, dois de cada lado,
numa rua abandonada, perdida no tempo,
porém cheia de meninos gritando.
Queria ver chegar os meus amigos,
os amigos de peladas, todos gritando:
"Eu cheguei primeiro... Eu cheguei primeiro..."
Queria escolher os que iriam jogar do meu lado,
no meyu time e fazer gol de letra, até de canela.
Queria fantasiar de palhaço, mas nunca imaginei
que um dia iriam me fazer de palhaço.
Etá vida ingrata...
Eu sou um palhaço de verdade neste pais
do faz de conta...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Rincão querido

O triste som da viola,
desperta no meu peito ainda agora,
a saudade do meu rincão querido,
a saudade do meu rincão amado...
Terra de bravos guerreiros,
que escreveram a nossa história, e
foi também neste solo que nasci outrora,
onde sou como a árvore que germinou um dia,
dando trepidas sombras aos caminheiros,
onde deixei os meus passos
e as marcas dos meus calcanhares
neste solo pátrio.
Sigo ainda agora sem mochila e sem cantil,
nesta caminhada que derramei o meu suor
e plantei meus versos.
Por hora só me resta marchar e seguir em frente.
Sou guerreiro que pela vida passa
planando versos...

O café da manhã

Obrigado, Senhor, pelas mãos estendidas no momento certo, na hora certa da minha vida. Tuas mãos Senhor, sabiamente vão conduzindo os meus passos pela vida afora, para o cumprimento do meu dever. Obrigado, Senhor, por me emprestar o teu ombro solidário, onde me amparo para o meu descanso no
findar da tarde.
Obrigado, Senhor, pelo sorriso franco, leal, amigo, que estimula os meus sonhos e o meu ideal.
Senhor, eu o vi sorrindo e aprendi a sorrir para espantar as mágoas e acomodar a minha alma.
Obrigado, Senhor, pelos abraços que Tu me deste, o certo é que todos aqueceram o meu corpo
por inteiro nas noites frias de inverno, que até dormi sereno no sereno das madrugadas.
Obrigado, Senhor pelas pegadas, aquelas deixadas na areia, são marcas dos Teus passos, os que
ainda agora, um a um, nesta maratona louca da vida. Senhor, eu estou cada vez mais perto da linha
de chegada a que separa a vida da eternidade.
Obrigado, Senhor, pela vida que Tu me deste, que coisa fantástica!...
Obrigado, Senhor pelo café da manhã, todo adoçado com amor, muito amor e carinho, quando
chegas de mansinho, sem atropelo, devagarzinho, para me desejar um bom dia. Eu agradeço
e sigo o meu caminho. Obrigado, Senhor, pelo olhar que Tu me vês todos os dias.
Obrigado, Senhor, pelo sol nascente que aquece as vidas, que acalma o vento, que serena o mar...
Obrigado, Senhor, quando passas por jardineiro, plantando as flores do meu caminho, sempre
arando e preparando a terra para o plantio, semeando o campo e arrancando as ervas daninha
que proliferam e tomam conta do meu caminho...
Obrigado, Senhor, por ter sido o Arquiteto do meu destino, o Desenhista da minha alma, o Engenheiro
da minha estrada, o amigo certo de todas as horas. Obrigado, Senhor, pela conta bancária aquela aberta
por Tuas mãos aí no infinito, agora sou rico, tenho crédito à vontade para o meu descanso na eternidade. Obrigado, Senhor, pelos sonhos que tive e que floriram, aqueles que Tu me deste de presente, quando vim morar aqui na terra. Eu sou feliz, Senhor, pela oportunidade que Tu me deste. Obrigado, Senhor, mais uma vez. Obrigado, Senhor...

Obrigado

Obrigado, meu Deus.
Obrigado, pelo dom de ser poeta,
de ter me feito assim desse jeitinho,
do jeitinho que agrada a minha alma
o de ser poeta nesta caminhada terrena
que me envolve de prazer gostoso,
permitindo desenhar as letras
e colorir os meus versos cheios de amor.
Obrigado, Deus, quando mandas
sem aviso prévio o que já está escrito
aí no infinito e chega rapidamente
a minha alma, a poesia.
Paro tudo, tudo...
Largo tudo a um canto
para abrir o meu coração e receber
o que acaba de chegar no endereço certo,
no momento certo, no correio do meu sentimento,
o que foi entregue aí no infinito,
pelas Vossas mãos, Senhor, do Universo,
sempre zeloso e carinhoso
ficas a comandar a minha vida,
a minha alma com este dom sublime,
o de ser poeta...
Obrigado, meu Deus.
Obrigado por ser poeta.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Vento

Hoje ventava lá fora,
as árvores balançavam ao vento,
as folhas caiam livremente ao chão,
folhas mortas no tempo,
folhas mortas ao chào...
A natureza renova a vida,
e folhas novas virão...
Sou como a árvore que balança ao vento
e Deus, como o vento vai balançando
a minha vida,
vai lançando fora as minhas minhas mágoas,
vai jogando no esconderijo da alma
a ambição sem medida.
Deus, renova a cada tempo
as árvores da vida,
como renova as folhas caídas ao chão,
folhas perdidas, folhas mortas...
Deus, renova os meus sonhos todos os dias
da minha vida, Ele, mexe remexe, vira revira
o chão da minha estrada,
por onde passo escrevendo a minha história,
rumo ao infinito...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Hoje eu voltei

Ontem, ao caminhar pelas ruas da cidade,
pensativo, buscando lembranças,
absorto semeando saudades...
Tudo isto na verdade foi ontem,
quando vivia de fantasias e morria por ideal.
Agora a pouco tropecei na calçada,
onde havia um canteiro de esperança,
quando ainda acreditava na verdade,
cá no páis do faz de conta...
Mas veio o vendaval do tempo
mas veio o vendaval do tempo
e trouxe consigo um amontoado de sementes
da amargura, do descaminho, da roubalheira...
Hoje voltei a caminhar pelas ruas da cidade,
quando deparei com a dura realidade,
pois vi um monte de ladrões soltos na calçada,
todos a vontade, rindo na nossa cara,
todos baderneiros por natureza,
desfazendo os canteiros dos nossos sonhos.
Logo adiante, vi um povo omisso, alienado
preguiçosos em agir, pensar, todos acostumados
a escravidão do corpo e da alma,
cada um, cada qual é movido por interesses,
proclamando a sua verdade, enganando a si mesmo,
deixando roubar os seus sonhos
e o que resta de liberdade por quase nada.
Talvez por um saco de batatas...
Amanhã vou ficar em casa.
Vou fugir dos DEMOSTENES TORRES.

Sem pressa

Quero ganhar o jogo no jogo da vida.
Vou fazendo amistosos, uns jogos treinos
nos campinhos da várzea.
Vou driblando o tempo.
Vou driblando a vida.
Vou empatando o jogo,
no jogo da vida, sem sair da briga
de cabeça erguida.
Vou fugindo dos peladeiros,
dos canelas de pau, dos galinhos de briga.
No jogo da vida,
vou driblando até as bandeirinhas escanteio,
para não perder a partida,
às vezes saio pela linha de fundo
com bola e tudo, feliz da vida,
de canela ralada, mas com a vitória garantida
no jogo da vida.
Não saio de campo nem que chova canivete.
Sou peladeiro na rinha da vida.
Sou brasileiro, pisado, sofrido...
Sou povo que entra em campo
pra ganhar o jogo, não importa se o jogo é feio,
ou se na arquibancada vou sofrer com o meu time,
vou lutar para ganhar o jogo, mesmo que feio.
Faço parte dos mudos , dos surdos dos cegos,
que da arquibancada aplaudem os Paloces,
o Ministro dos Transportes, também os Arrudas,
os Roris, os Srneis da vida e toda a camarilha
do Congresso Nacional que se juntam em partido
e repartem o que é nosso os cara de paus
e ficamos calados, esse é o Brasil.

Meu desejo

Eu queria que os meus versos tivessem vida própria,
que caminhassem com suas próprias pernas,
num vai e vem constante pela vida afora,
mas versos não possuem pernas,
mesmo assim eu queria a qualquer custo
a qualquer preço, que fossem lidos
em qualquer canto do Universo,
até mesmo nas praças distantes, nas praças abandonadas,
sem nomes, as que ainda não foram descobertas
pelos políticos, para dar a elas um nome
que colimasse com o seu interesse pessoal.
Eu queria que os meus versos fossem portadoras
se sentimentos, que voassem como o beija - flor,
ou que cantassem como o bem-ti-vi, feliz
agradeçendp o novo dia.
Eu querias que os meus versos iluminassem
a vida, como o sol de cada manhã
que chega para aquecer a terra.
Eu queria que os meus versos fossem musicados,
que fossem cantados em todas as esquinas
deste palco alucinante da vida,
só para espantar a inimiga pressa,
totalmente dirigida pelo relógio esta máquina fria,
composta de engrenagem de ferro,
que movimenta e comanda a vida,
que comanda os homens.
Eu queria deixar de ser um sonhador,
mas Deus, continua insistindo comigo,
dizendo nos meus ouvidos, desse jeito:
"Continue escrevendo ZÉ",
mesmo que não sejam lidos, faz bem a sua alma.
Quem sabe o que fala, é somente Deus,
o resto é resto, eu ouço.

Portão do tempo

Bati no portão do tempo,
 ninguém ouviu, ninguém saiu...
 Bati novamente, novamente bati!...
 Bati, bati... Insistentemente bati.
 Ninguém escutou quem batia.
 tudo é vazio na casa do tempo.
 Fiquei foi batendo no portão do tempo,
 mas só ecos eu oivia,
 trazendo a ânsia, a dor, a saudade o desejo...
 Talvez só restou mesmo a ânsia
 de ouvir uma só voz vinda
 lá dos labirintos do tempo.
 A casa do tempo não tem ruas,
 não tem números, praças, becos ou ruelas,
 muito menos tem alamedas floridas no tempo.
 A casa do tempo não tem janelas,
 muito menos portas abertas de frente pro mar....
 Mas tem no imaginário do poeta,
 um portão largo totalmente aberto para o infinito.
 Tentei escutar a voz dos meus antepassados,
 a dos meus pais, logo ali, atrás do portão do tempo.
 Perdi foi tempo, tentando ouvir a voz do tempo.

Mas jamais

Coisas do passado que guardo comigo

 Aqule retrato continua conservado
 na minha alma, como o conheci um dia,
 ali pendurado na parede, naquele canto da sala.
 Jamais, jamais esquecido
 eternamente lembrado, amado...
 Era um retrato arrumado pelas mãos do artista.
 Ao sair da sala, deixei para trás aquele sorriso
 farto de outros tempos, de outras eras,
 todo estampado naquele retrato.
 Saudosa lembrança ainda trago comigo.
 Fui a rua  e na esquina parei para abrir
 o livro da vida, procurando, buscando
 aquele rosto perdido no tempo.
 Que beleza de sorriso tinha aquele mulher.
 Que história fantástica escreveu aquele homem.
 Que fascínio causavam a minha alma.
 Que coisa sem igual deixou - me o tempo.
 Que lembranças deu - me de presente
 as mãos daquele artista,
 um belo rosto desenhado, u  sorriso colorido,
 como se vivos fossem naquele retrato
 exposto na parede,
 entrgue as traças do tempo.
 Pergunto ainda agora:
 Por onde anda aquele retrato?
 Por onde andam aqueles rostos?
 Nem tão pouco sei quem foi o artista,
 mas o certo é que até ele
 o tempo levou para a eternidade.

Uma história da vida

Sou o caminheiro que pela vida passa,
 sempre caminhando por entre as feras
 nesta selva de pedras.
 Não sou o dono da verdade,
 nem sequer sou o dono das madrugadas,
 mas sou livre como o vento,
 que nas esquinas vai beijando
 quem por elas passam.
 Sou plantador de ilusões
 neste canteiro árido da vida.
 Fui semeador de sonhos na calçada do tempo.
 Sou ainda agora o caminheiro do destino,
 que apenas troca de porto de chegada,
 sem trocar de roups quando vai embora.
 Vou namorando a vida,
 por onde quer que passo
 sempre alheio as bizarrias da vida.
 Faço questão de escrever a minha história
 na s páginas do tempo.
 Assim começo a minha história:
 Passei pela vida, sonhei, amei, contei estrelas,
 vi o sol se pespir do dia,
 corri como menino, namorei a vida,
 chutei bola fiz gol de letra e briguei nas ruas...
 Tudo eu fiz pela vida afora.

A rua que construi um dia

Quis o destino que eu fosse
 morar na rua dos sonhos,
 a que faz esquina com o beco dos prazeres,
 é lá onde moro, de lá namoro a vida.
 Para chegar a rua dos sonhos,
 é simplesmente fácil,
 basta seguir o roteiro logo abaixo,
 é só a alameda da ilusão,
 depois atravessar a rua da esperança,
 dobrar a direita e seguir pela avenida
 da felicidade, vendo ao longe a praça dos desejos,
 onde está o banco da saudade,
 aquele banco que me traz fatos marcante
 da minha mocidade.
 Amanhã vou visitar a rua das lembranças,
 e quero assentar na calçada do tempo
 e ver passando na tela da vida
 os momentos fantásticos do meu passado,
 todas as coisas que trago escondidas na alma.
 Faz parte da minha vida:
 A rua dos sonhos.
 O beco dos prazeres.
 A alameda da ilusão.
 A rua da esperança.
 A avenida da felicidade.
 A praça dos desejos.
 O banco das saudades.
 A rua das lembranças.
 A calçada do tempo...
 Depois, bem depois vou terminar meus dias
 na rua  dos devaneios...

Ainda agora

Quisera eu voltar no tempo,
 como volta o vento, como voltam as estrelas
 no azul do firmamento...
 Quisera caminhar pelas campinas
 como caminhei um dia,
 de braços nus e de prés descalços
 amassando o barro, rindo da vida,
 rindo de tudo, rindo de todos...
 quisera eu voltar no tempo,
 para nadar nos riachos,
 jogar bolinha de gude, empinar papagaios,
 brincar de esconde esconde,
 assentar na soleira da porta chupando bala de côco
 adormecida no bolso,
 brincar de mocinho e bandido e ser o héroi da fantasia...
 quisera caminhar a sós pelas ruas da minha terra,
 numa noite fria de inverno,
 destituido de casaco como fazem os andarilhos...
 Quisera poder voltar no tempo
 e ser como fui outrora,
 livre, leve e solto pela vida afora,
 marcando meus passos na poeira da estrada...
 quisera eu ser como o seresteiro,
 a fazer serenata na janela do tempo,
 a antar para a minha amada...
 Quisera eu acordar de madrugada,
 para namorar a lua, namorar a vida
 por uma fresta na janela,
 que eu fizera um dia...
 Quisera eu voltar no tempo,
 destituido de relógio
 e calendário que marca o tempo...
 Quisera eu...

Amigo

Amigo é aquele a quem
 damos até um dos nossos rins,
 para que ele continue vivo pela vida afora.

 Amigo é aquele que acreditamos
 encontrar numa outra vida,
 para continuarmos a nossa história
 a que foi interrompida pelo destino.

 Amigo é aquele que nem o tempo
 ou a distância vão varrer as lembranças
 e as travessuras da infância.

 Amigo é aquele que a vida separa,
 mas, Deus, mantem unidos
 através do pensamento, sempre recordando
 os fatos marcantes da vida,
 que pareciam mortos no tempo.

 Amigo é aquele que oferece o ombro,
 ao outro nas horas certas e incertas,
 para chorar os reveses da vida.

 Amigo é aquele que faz da
 lealdade o maior patrimônio da amizade.

 Amigo é aquele que ficou
 eternamente guardado na gaveta da alma
 ou nas prateleiras do tempo.

Olhar perdido

Vim de infinitos caminhos.
 Ora visitando as estrelas.
 Ora viajando nos cometas,
 sempre a sombra do Universo.
 Ora namorando o arco-íris,
 minha paisagem preferida, favorita...
 Há 2.000 anos, há 2.000 anos, Senhor!...
 Gratuitamente vou viajando pelo Universo,
 conhecendo outros mundos
 e todas as belezas
 que fazem parte da outra vida.
 Agora, ainda agora, voltei por estas bandas,
 e aqui estou a buscar os teus olhos,
 o teu olhar que por aqui deixei outrora...
 Volto desta longa caminhada,
 Quando viajava a sós pelo Universo.
 Há 2.000 anos, há 2.000 anos, Senhor!...
 Sem esquecer um só momento aquele sorriso,
 que por aqui deixei em tempos idos,
 marca registrada, que ficou gravado na minha alma.
 Vou encontrar.

Você

Vou falar de você nos meus versos, 
mas você indiferente não vai perceber.
Vou falar de você a cada momento,
mas nos seus momentos
eu não vou me encontrar.
Vou falar de você nos meus sonhos,
mas nos seus sonhos existe um outro qualquer.
Vou falar de você nos meus casos,
mas dos seus casos eu nunca vou ser.
Vou falar de você com sorriso,
mas do seu sorriso eu não vou conviver.
Vou falar que a quero assim mesmo,
mas você não vai entender.
É melhor que não fale o que sinto,
mas deixo os meus versos,
eles falam por mim.

Obrigado

Obrigado, meu Deus.
Obrigado, pelo dom de ser poeta,
de ter me feito assim desse jeitinho,
do jeitinho que agrada a minha alma
o de ser poeta nesta caminhada terrena
que me envolve de prazer gostoso,
permitindo desenhar as letra
e colorir os meus versos cheios de amor.
Obrigado, Deus, quando mandas
sem aviso prévio o que já esta escrito
aí no infinito e chega rapidamente a minha alma,
a poesia.
Paro tudo, tudo...
Largo tudo, tudo a um canto
para abrir o meu coração e receber
o que acaba de chegar no endereço certo,
no momento certo,
no correio do meu sentimento,
o que foi entregue aí no infinito,
pelas vossas mãos, senhor do Universo,
sempre zeloso e carinhoso para comigo
e ficas a comandar a minha vida,
a minha alma com este dom sublime,
o de ser eu poeta...
Obrigado, meu Deus.
Obrigado, por ser poeta. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Obrigado, obrigado mesmo

Obrigado, Senhor, pela vida que Tu me deste...
Obrigado, pelo poder do pensamento,
eu sou feliz de ser criatura humana de pensar,
falar, sorrir, sentir, amar...
Isto, Senhor, me faz diferente dos outros animais,
mais que tudo isso, Senhor, é ser o construtor de sonhos,
um peregrino da ilusão, o arquiteto do próprio destino.
Obrigado, Senhor, pelos sonhos que tive que floriram,
foram tantos que até perdi a conta,
de quantos sonhos eu sonhei pela vida afora.
Obrigado, Senhor por ser um semeador de ideal...
Obrigado pela noite que mansamente vai chegando
enquanto a tarde finalmente vai chegando ao fim,
prometendo uma noite de céu todo estrelado.
Senhor, Senhor, amanhã talvez chova,
talvez faça sol.
talvez frio...
Senhor, cada dia é um novo dia neste rosário fantástico da vida,
quando vou caminhando de braços dados com a natureza.
Senhor, que amanhã de manhã
eu possa estar por estas bandas da terra
vivendo intensamente a vida, saudando o dia,
aplaudindo cada momento do meu viver, sempre sorrindo.
Se chover, Senhor, que possa eu amassar o barro.
Se fizer frio, que tenha eu o agasalho,
mesmo que seja furado, remendado, rasgado,
mas que jamais me falte o cobertor e um pedaço de pão.
Senhor, obrigado pelo esplendor do sol nascente,
que mansamente vai aquecendo a terra
e clareando por inteiro o meu caminho,
nesta jornada alucinante que faço pela vida afora.
Ainda agora!...
Obrigada, Senhor...