quarta-feira, 4 de abril de 2012

Hoje eu voltei

Ontem, ao caminhar pelas ruas da cidade,
pensativo, buscando lembranças,
absorto semeando saudades...
Tudo isto na verdade foi ontem,
quando vivia de fantasias e morria por ideal.
Agora a pouco tropecei na calçada,
onde havia um canteiro de esperança,
quando ainda acreditava na verdade,
cá no páis do faz de conta...
Mas veio o vendaval do tempo
mas veio o vendaval do tempo
e trouxe consigo um amontoado de sementes
da amargura, do descaminho, da roubalheira...
Hoje voltei a caminhar pelas ruas da cidade,
quando deparei com a dura realidade,
pois vi um monte de ladrões soltos na calçada,
todos a vontade, rindo na nossa cara,
todos baderneiros por natureza,
desfazendo os canteiros dos nossos sonhos.
Logo adiante, vi um povo omisso, alienado
preguiçosos em agir, pensar, todos acostumados
a escravidão do corpo e da alma,
cada um, cada qual é movido por interesses,
proclamando a sua verdade, enganando a si mesmo,
deixando roubar os seus sonhos
e o que resta de liberdade por quase nada.
Talvez por um saco de batatas...
Amanhã vou ficar em casa.
Vou fugir dos DEMOSTENES TORRES.

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