Quero sentir o frio das madrugadas,
sentir como sentem os andarilhos,
que pela vida passam.
Quero caminhar ao relento
passando pela vida,
sem destino certo, sem hora de chegada,
e tomar posse de qualquer banco
de qualquer praça,
não importa onde,
mas que seja numa praça,
em qualquer canto,
até mesmo num canto abandonado,
mas que seja numa praça.
Quero na relva deitado,
olhar o céu todo estrelado
e esquecer por um instante a terra.
Quero um pão velho adormecido,
o que fartou na mesa,
o que sobrou ao chão.
Quero uma sanalia amarrada aos pés,
gasta, furada, velha, remendada...
Quero a vida enquanto durar a esperança.
Quero a camisa velha de volta,
aquela que o tempo guardou na gaveta.
Quero crer que vou cumprindo o meu destino,
o que está escrito no livro da vida.
Continuie os meus sonhos,
continuie os meus versos quando eu for embora.
Quero crer.
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